Pouco importa só o meu equilíbrio

Pouco importa só o meu equilíbrio
Colagem de Joe Webb

Dia desses vi uma reportagem que me comoveu muito. De certa forma, é bom reservar um tempo para ver notícias em meio à pandemia: saio um pouco das minhas alegrias e dos meus sofrimentos para mergulhar nos outros.

A cada notícia fica claro que, se não estou um pouco triste com o que está acontecendo, é porque estou vivendo de um jeito muito autocentrado. Mesmo que minha quarentena tenha comidas deliciosas, sol da manhã batendo na janela de casa, práticas de meditação e cobertores quentinhos… Tem horas que pouco importa só o meu equilíbrio emocional: precisamos mesmo olhar uns para os outros.

Aqui embaixo, te convido a assistir à história de Raimundo Nonato. Recortei a matéria em 3 trechos principais: no primeiro, ele conta sua história, depois o jornalista da bancada faz uma fala bonita e, por fim, algumas pessoas que viram o sofrimento de Raimundo se solidarizam com ele.

Ninguém é uma ilha

Raimundo Nonato, pedreiro, sem emprego formal. Saiu do bico que faz como pintor e foi direto para a fila da Receita Federal, a fim de regularizar seu CPF para conseguir receber o auxílio emergencial devido à pandemia de Covid-19. Chegou às 19h. A filha, estudante de medicina (que ele faz questão de citar, com um orgulho bonito de presenciar), já havia tentado regularizar a situação do pai pela Internet. Ele foi roubado e está sem documentos. Era 7 horas da manhã e ele seguia com a senha em mãos, depois de ter dormido sentado em um caixote.

Raimundo tem tudo a ver com eu e você. Equilíbrio emocional não é só sobre nós mesmos. Lidar melhor com a minha raiva, com o seu medo, com a inveja do outro… Isso é muito pouco!

Não à toa, sempre começamos o curso das emoções (baseadas no programa Cultivating Emotional Balance) investigando o que é felicidade. Dedicamos um bom tempo para essa conversa, porque é nessa tal felicidade genuína que mora a base das nossas conversas. É exatamente aí, e não em resolver a minha única vidinha, que mora um bem-estar genuíno.

Ninguém é uma ilha e não há felicidade ensimesmada. É super importante que a gente vista a máscara de oxigênio antes de ajudar o próximo — e boa parte do nosso percurso é sobre isso. No entanto, não podemos esperar primeiro surgir compaixão, amor, alegria… Para depois olhar para o outro, depois agir no mundo — uma coisa vem com a outra.

Num momento difícil como o que vivemos, isso fica ainda mais escancarado. Diariamente pipocam lives em nossos Instagram: pessoas dizendo o que dá para ser feito com essa ansiedade, com nosso armário, com os legumes que cozinhamos… Queremos tanto aquela paz no meio do peito, as roupas bem organizadas e almoços com comidas deliciosas. Ao olhar para Raimundo saímos dessa bolha protegida (e, de certa forma, autocentrada) e somos golpeados! Essa é a parte ruim. Um choque mesmo. Será que preciso ver isso? Não posso fechar os olhos, bater três vezes na madeira, fingir que não é comigo, mudar de canal, pensar em coisa boa?

A parte boa fica para quem assistiu ao vídeo da matéria até o final. No meio de uma pandemia, de um provável colapso na saúde pública, de um caos econômico, Raimundo ali inteiro, vivo, íntegro, cercado de pessoas generosas, refletindo toda bondade que recebe. Isso só me faz crer que a felicidade genuína não vem exatamente de ter uma vida arrumadinha. Isso de fato ajuda, mas nem se compara à força de estarmos verdadeiramente conectados.

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  1. Já tinha me emocionado com este video e aqui, emocionei tuuuuudo de novo! O outro estender a mão e ele querer dividir… Tudo. É isso, não somos ilha! 💕

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