Nem chegamos ainda no carnaval e esse 2022 já nos trouxe fortes emoções. Muita chuva, COVID e influenza pegando geral (entrei para a estatística também), mortes em São Paulo por conta de deslizamento… Sem contar o cotidiano básico da brasileira em ano eleitoral.
Mas calma! Esse não é um texto apocalíptico. Me dê só mais alguns parágrafos para falarmos também sobre coisas boas!
Francisca, essa mulher na foto aqui abaixo, é uma grande amiga da família. Xica me conhece desde pequenina e já ajudou muita gente ao redor. Mora em Almenara, cidade do interior de Minas, onde também nasceu minha mãe.
Fiz essa breve introdução para te contar que ela teve sua casa invadida pela água, não só da chuva, mas também de esgoto. Ela e mais 8 pessoas tiveram que sair às pressas. De toda comida que tinham, só ficou ileso um pacote de arroz. Nem se eu fizer muito esforço de imaginação consigo ter uma ideia do que essas pessoas sentiram. Elas, literalmente, perderam o chão.
Outro dia estava conversando com minha mãe sobre tantas pessoas desabrigadas, na mesma situação da nossa amiga: “Xica tem com quem contar, Nathália, mas e todas essas pessoas?” Quantas Franciscas existem no Brasil?
Tá puxado, mãe, é verdade. Qualquer pessoa minimamente conectada com a realidade está com o coração partido. Mas a tristeza que nos parte é a mesma que faz esse coração se abrir.
Xica tem amigos! Meus pais, Luiz e Olga, alugaram uma casa para a família por três meses, ela também ganhou 500 reais para fazer um mercado e pessoas distantes mandaram apoio para os reparos na casa.
Recentemente contei essa mesma história em uma newsletter e Alessandra, uma leitora, nos fez chorar de alegria: doou para Xica uma bela quantia em dinheiro. Isabella e eu comemoramos em trocas de mensagens animadas: “que mundo legal”.
Nesse podcast, Simon Sinek explica o que diz uma pesquisa interessantíssima: testemunhar a bondade é bom, receber a bondade é bom, praticar a bondade é maravilhoso. Nossos corações são enormes, gente! Ainda que neles ainda não caibam todas as Franciscas, ainda que saibamos que não vamos salvar o mundo, cada pequena ação é um ato gigante.
Bora ajudar?
Se você, assim como eu, tem vontade de apoiar mas fica perdida em meio a tantas necessidades, vou deixar algumas reflexões recentes que me ajudam a organizar um pouco a forma de contribuir:
1) Henrique Lemes, um amigo querido, me contou de um conselho de Dzochen Ponlop Rinpoche para uma praticante: “Você não vai salvar o mundo”.
2) Um bom meio termo entre não fazer nada (“ah, tenho tão pouco que não vai resolver”) e se frustrar por querer salvar o planeta, é começar exatamente no ponto em que estamos. O Brasil inteiro precisa da sua ajuda, é verdade. Mas é também fato que chegar em todo mundo seria impossível. Você pode escolher, por exemplo, começar pelas causas que mais te afetam, ou por uma região geográfica específica (o local em que mora, sua cidade natal, uma região muito necessitada…).
3) Para além de oferecer dinheiro ou qualquer coisa material, existem muitas formas de apoiar: divulgação, serviço, tempo, atenção…
4) Se você não pode oferecer dinheiro, não tem rede para divulgar e também não tempo disponível, você pode fazer uma aspiração em silêncio: “que essa pessoa possa encontrar paz”.
Se você não sabe por onde começar…
Deixo aqui alguns projetos genuínos que me tocam. Sinta-se confortável para incluir os seus nos comentários!
1) Mulheres do Jequitinhonha: em Minas, no Vale do Jequitinhonha, estão as Mulheres do Jequitinhonha. O projeto tem uma missão bonita: o fortalecimento das mulheres de comunidades rurais a partir dos seus saberes. Bordadeiras e tecelãs trabalham em comunidade para geração de renda, mas não só. Elas também ganham uma rede de apoio, autoestima na descoberta de seus talentos, saúde mental, emocional e física. Não é maravilhoso?
2) Gerando falcões: uma ONG liderada por Edu Lyra que tem a aspiração de acabar com a fome no Brasil. Transcrevi um trechinho da fala dele durante um evento beneficente em NY:
“Nesse momento existe uma corrida espacial, os homens mais ricos do mundo estão botando todo o seu dinheiro para ir pro espaço, Elon Musk e Jeff Bezus. Eles estão passando um recado de que a vida aqui na terra está condenada (…). A missão da gerando falcões é transformar a pobreza da favela em peça de museu, assumidamente, antes do Elon Musk colonizar marte.“
3) Padre Julio Lancellotti: uma bondade incansável, não tenho palavras para descrever a admiração que sinto por esse ser humano.
4) Pão do povo da rua: o professor Ricardo Frugoli é puro coração. Junto com um grupo de voluntários, leva comida boa para os moradores de rua em São Paulo.
5) Mães da favela: se você também é tocada por histórias de mulheres guerreiras que lutam para dar uma vida digna para suas famílias, esse projeto é maravilhoso.
6) Projeto casas esperança: um trabalho social que busca retirar menores das ruas, protegendo-os da violência em Minas Gerais. Neste vídeo, a educadora social Rose faz uma fala bonita: “Eles precisam de amor, eles querem amor. E como você pode dar amor se você não se apega a alguém?”.
7) Servas: o assunto parece ter aquietado na mídia, mas muitas pessoas continuam impactadas pelas chuvas em Minas Gerais.
Essa lista está limitada a São Paulo e Minas Gerais por um motivo simples, são os lugares em que transito mais e, por isso, chegam mais perto. Vamos aumentá-la? Tem uma bondade bonita para contar e apoiar? Comenta aqui ou manda no contato@ocursodasemocoes.com.br. Nosso corações agradecem! <3
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