Em guerra com as emoções

Em guerra com as emoções
Alejandra Espinosa
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por Dave Smith

Dave Smith é facilitador do programa Cultivating Emotional Balance, com vasta experiência em levar práticas meditativas a centros de detenção e de tratamento de vícios. Fundador da Secular Dharma Foundation, mora no Colorado e autorizou nossa tradução do texto que enviou na newsletter de novembro do CEBTT.

“Quando não fazemos nosso trabalho, nos tornamos trabalho para os outros.”

Lama Rod Owens

Na cultura contemporânea dominante, declaramos historicamente uma guerra sutil contra a emoção. Para a maioria das pessoas, felicidade é conseguir o que queremos e evitar o que não queremos. Isso exacerba a luta para obtermos o “felizes para sempre”, em busca do sonho americano onde sentimentos de raiva, medo, tristeza e decepção só podem ser encontrados em vagas lembranças de dias passados.

A ideia de desenvolver habilidades para lidar com as emoções cultivando um caminho do meio entre indulgência e supressão é um conceito distante na mente de muitas pessoas. Também sabemos que gostamos da moeda social da supressão das emoções, ao mesmo tempo em que pagamos caro quando reagimos exageradamente. Não é nenhuma surpresa que vivamos em uma cultura onde o vício, a ansiedade, a depressão e toda a gama de distúrbios comportamentais estão em alta e sem remédio significativo. Todas essas questões estão no cerne das emoções destrutivas.

O ponto é que as emoções fazem parte de nossa biologia evolutiva. Elas estão conectadas fisicamente ao nosso sistema, em uma tecnologia analógica que, na verdade, veio para ficar. As emoções acontecem quando sentimos que algo importante para nosso bem-estar está ocorrendo. Este processo muito rápido avalia a situação atual e nos prepara para agir e, muitas vezes, para reagir. Em suma, as emoções são projetadas para responder automática e muito rapidamente ao nosso ambiente externo, antes que tenhamos tempo para pensar intencionalmente sobre.

Na maior parte do tempo, nossas emoções nos servem bem, nos ajudando a lidar com e a responder ao que é mais importante. As emoções também nos levam às nossas maiores alegrias e tristezas. Emoções construtivas apóiam o que é mais significativo em nossas vidas, criam conexão e propósito. Quando as emoções são destrutivas, ficamos perdidos nas garras da raiva, da tristeza, do ressentimento e da opressão. Estejamos ou não cientes disso, todos nós conhecemos na própria pele as alegrias e as tristezas de nossa vida emocional.

Uma das maiores contribuições que o currículo do programa Cultivating Emotional Balance (CEB) traz para o mundo da saúde mental e do florescimento humano é a avaliação da emoção como destrutiva ou construtiva. No CEB, as emoções não são avaliadas como positivas ou negativas com base no fato de serem agradáveis ou desagradáveis. Em vez disso, as emoções são avaliadas com base no resultado que geram em nosso próprio bem-estar e no dos outros.

Ir além do binarismo de bom ou mau, certo ou errado, positivo ou negativo não é apenas extremamente útil, mas também respeita a complexidade e as nuances de nossas vidas emocionais. Dentro do CEB, há um forte foco no fortalecimento da consciência do que sentimos, da regulação emocional e da empatia, porque as emoções desempenham um papel central no apoio ao nosso próprio bem-estar e ao dos outros. Se não formos habilidosos com nossas próprias emoções e com as dos outros, será difícil levar uma vida significativa, tomar decisões e ter escolhas construtivas e saudáveis.

Quase todas as emoções podem ser vistas de maneira construtiva ou destrutiva. Emoções destrutivas atuam de maneiras lamentáveis, que são incompatíveis com a nossa própria felicidade e com a dos outros. Já as emoções construtivas atuam de maneiras que conduzem à nossa própria felicidade e à dos outros, e aumentam a cooperação e a colaboração.

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