Você já é um lugar bom

Você já é um lugar bom
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por Ana Carolina Boero

Ana é Bacharel, Mestre e Doutora em Matemática pela Universidade de São Paulo. Professora da Universidade federal do ABC e aluna do professor Alan Wallace.

Li tantas mensagens que também senti vontade de fazer alguns votos para o dia dos namorados. Aviso de antemão que eles não são românticos — mas são o que eu diria a mim mesma se pudesse bater um papo comigo há 15 anos.

Alguns votos de coração

Querida Ana,

Não se esqueça: você já é um lugar bom. Sim, já. Sim, é. Sim, um lugar bom. Não perca tempo buscando versões melhoradas de você mesma, atrelando seu valor às suas conquistas ou tentando se encaixar em padrões pré-definidos. Isso simplesmente não vai dar certo.

Que você desenvolva discernimento para reconhecer o que te faz bem e o que não te faz: somos muito suscetíveis a nossos impulsos e tendemos a acreditar que segui-los é uma demonstração de cuidado conosco. Nem sempre é, nem sempre é.

Que você reconheça suas confusões e dificuldades para, então, reconhecer as confusões e dificuldades de todos os seres.

Que você estabeleça parcerias e que essas relações te levem a aprimorar sua capacidade de amar, de ser compassiva e de se regozijar com toda a alegria que puder observar.

Que você consiga estabelecer bases mais lúcidas para seus relacionamentos. Que você não confunda amor com apego. Que você não confunda ciúme, controle, dependência e exigência com manifestações de amor.

Que seus relacionamentos sejam espaços convidativos à prática de qualidades como generosidade, respeito e paciência.

Que você pratique um olhar que não enxerga o outro a partir das tuas próprias necessidades.

Que você não aprisione o outro em rótulos, reconhecendo as diversas possibilidades de todos os seres (inclusive as suas). Que você não caia na ilusão da permanência.

Que você encontre apoio para se livrar dos hábitos que te aprisionam nessa condição de constante insatisfação, nesses intermináveis ciclos do “vir-a-ser”. E que você também possa oferecer esse apoio — ou, pelo menos, que você possa aspirar a um dia oferecê-lo.

Que você compreenda que tomar refúgio numa mente lúcida é a nossa única chance — do contrário, estaremos sempre atribuindo ao outro a tarefa de nos fazer feliz.

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