Exausto de tanto conteúdo?

Exausto de tanto conteúdo?
Стас Новиков

Dia desses, Nathália e eu lemos um texto muito legal, do Wagner Brenner, no Update or Die!: “Esqueça influenciadores, o futuro é curadoria”. Resumindo, o que ele diz é que a Internet está exausta de tanto conteúdo e que o movimento agora é outro.

Experimente, como eu, fazer uma busca rápida no Google sobre “como parar de sentir raiva” ou “ciúme é uma doença” e você vai descobrir muita gente por aí tocando no assunto das mais diversas maneiras. Tem psicólogo falando sobre, tem síndrome no meio pra quem quiser se autodiagnosticar, tem charlatão, tem gente usando essa dor para fazer arte, tem o Richard Davidson, tem simpatia e tem quem prometa a cura em alguns dias!

É nesse marzão de conteúdo em que estamos nadando (quase afogados, na verdade), que Wagner conta que entra o papel do curador:

“Curadoria é um processo, não um produto. Curadores são indivíduos que encontram, organizam e compartilham seus conteúdos favoritos de maneira autêntica — e não porque estão sendo pagos para vender um determinado produto. Pelo contrário: não colocam seu critério e seu filtro em risco, promovendo algo por dinheiro.”

Wagner Brenner

Há uns dez anos, quando comecei a usar produtos naturais no cabelo (nada a ver, hahaha, mas calma que vou construir o raciocínio), era muito fácil descobrir produtos bons. Tinha resenha, tinha gente mostrando o antes e depois, e até mesmo no Facebook, naquela plataforma difícil, existia o hábito de troca de informações, como uma comunidade. Hoje em dia é muito difícil. Qualquer pequena influenciadora faz posts pagos. O que realmente é bom? O que vale minha leitura? O que é só mais uma propaganda?

Dina Goldstein e as mentiras que as aparências contam

Daqui, ficamos animadíssimas com a possibilidade de foco no curador da Internet nos próximos anos. Embora tentemos, produzindo e publicando textos, podcasts e vídeos semanalmente, Nath e eu sempre sentimos que não temos habilidades para o papel de gerar conteúdo, viralizar e influenciar outros.

Há tempos nos sentimos confortáveis produzindo em nosso próprio tempo, mas sempre indicando ao público diálogos internos que temos feito sobre as emoções. Um exemplo disso é nosso canal do Telegram, que toda sexta-feira envia uma seleção do que mais curtimos ler sobre as emoções durante a semana.

Curiosamente, dia desses nosso amigo, o consultor financeiro Eduardo Amuri, também tocou no ponto em sua newsletter:

“Existem coisas maravilhosas sendo produzidas todos os dias, porém, e essa é uma questão do nosso tempo, como escolher? Nesse cardápio infinito, onde investir nossa atenção? Vou compartilhar o critério que utilizo por aqui. Não é infalível, não é impecável, mas me ajuda na maior parte do tempo e eu espero que ajude vocês também.”

Eduardo Amuri

Meu crivo tem sido assinar a newsletters de todas as pessoas que admiro, respeito e sigo nas mídias. Esse é um jeito de, de cara, me cercar de conteúdos que eu almejo consumir, vindo de curadores em que eu confio.

E não basta seguir no Instagram quem a gente curte, precisamos agarrar as mãos dessa gente! Constantemente Instagram e Facebook mudam as regras e, se dependermos só deles, podemos rapidamente esquecer de pessoas que nos trazem boas referências.

Para ajudar essa tarefa de receber (e ler) as newsletters, cabe fazer uma limpa, se descadastrando (e até anunciando que é Spam) toda empresa que chegou em seu email sem sua autorização (são muitas, pode notar!). Isso me fez perceber que não estou exausta de conteúdo que eu gosto… Estou exausta de receber tanta informação que não me interessa e que atrapalha e confunde minha atenção.

“Chairs”, de Doris Salcedo

E, para celebrar os curadores, vamos reunir aqui algumas pessoas que são verdadeiros bálsamos em nossos dias. Seres que, direta ou indiretamente, nos ajudam a pensar sobre as emoções e que queremos manter por perto. Como algumas delas não têm newsletters, sugiro que, se você gostar do conteúdo, engaje curtindo e comentando nas redes para seguir por perto:

Alex Castro sobre ler e viver, Ana Claudia Quintana Arantes sobre morte, Andressa Sampaio sobre Yoga, Emersom Karma Kontchog sobre mudanças climáticas, Esther Perel sobre ciúme, Gabriel Pardal sobre cultura, Jader Pires sobre o amor, Juliana Cunha sobre escrever, Lama Rod Owens sobre raça (e raiva), Mayara Constantino sobre atuar, Natalie Wynn para fritar a mente, Richard Davidson sobre bem-estar e emoções, Rosane Almeida sobre dança popular, Vic Cheib sobre alimentação…

Você tem uma newsletter? Escreva nos comentários, queremos te ler!

Nossa newsletter é semanal e, claro, gratuita: quer receber?

o curso das emoções

Raiva, tristeza, medo, ansiedade, inveja e muito mais: no nosso curso online, investigamos um caminho para lidarmos com mais lucidez com as emoções dolorosas e inevitáveis. Vamos?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionado:

Quantas Franciscas existem no Brasil?

Quantas Franciscas existem no Brasil?